sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Qu4tro Laços - Prévia meu Terceiro Livro.


Prólogo


O tempo as vezes parece ser o amigo para a cura de tragédias.
Perder um grande amor,‭ ‬na maioria das vezes,‭ ‬pode ser uma grande tragédia.‭ ‬Porém,‭ ‬a força está contida a cada dia vivido tentando libertar-se da dor proveniente da saudade,‭ ‬do sofrimento,‭ ‬da desilusão.
Sentado na varanda de sua casa,‭ ‬com os olhos fixos nas águas agitadas que quebravam sobre as rochas,‭ ‬ele abraçava o próprio corpo,‭ ‬agora franzino,‭ ‬tentando livrar-se da brisa gélida trazida pelo oceano que afagava-lhe os cabelos gentilmente e esfriava sua pele pálida.‭ ‬Fechou os olhos e suspirou.‭ ‬Liberdade.‭ ‬Era isso que sentia cada vez que pensava que pudesse enfim juntar-se à ela.‭ ‬Estava preso entre dois mundos,‭ ‬o mundo real e o mundo...‭ ‬-‭ ‬pensou durante alguns segundos‭ ‬-‭ ‬um mundo que ele não conhecia,‭ ‬mas estava muito perto de alcançá-lo‭ ‬-‭ ‬completou seus pensamentos.
Retirou as mãos do abdômen e elevou-as ao rosto,‭ ‬escondendo a própria face.
-‭ ‬Você está se sentindo bem‭? ‬-‭ ‬perguntou uma voz interrompendo seus pensamentos e caminhando na sua direção.
-‭ ‬Sim,‭ ‬está tudo bem.‭ ‬Você tem que voltar a estudar Raíssa,‭ ‬não pode ficar aqui,‭ ‬tomando conta de mim.
-‭ ‬Pai,‭ ‬você sabe muito bem que mesmo que eu não estivesse aqui,‭ ‬também não estaria estudando‭ ‬-‭ ‬ela amarrou os cabelos num rabo de cavalo impedindo-os de agitar-se com o vento.‭ ‬Com a mão direta arrumou os fios de sua franja,‭ ‬colocando-os detrás da orelha direita e sentou-se abraçando Felipe.
-‭ ‬Não gosto da forma como vem agindo ultimamente Raíssa.‭ ‬Não lhe reconheço,‭ ‬não quero que continue assim quando...
-‭ ‬Pare‭!‬-‭ ‬esbravejou ela antes que seu pai concluísse os pensamentos.Respirou fundo e continuou.‭ ‬-‭ ‬Não vamos falar disso agora,‭ ‬por favor,‭ ‬pelo menos por enquanto.
Ele consentiu com um aceno de cabeça e afundou o rosto nos cabelos lisos de sua filha.‭ 
Uma lágrima desceude seus olhos enquanto abraçava ainda mais forte aquele corpo que agora deixava para trás a sua garota,‭ ‬sua menina,‭ ‬para tornar-se‭  ‬uma linda e incompreendida mulher.
Chegou a conclusão que por mais que seu coração tivesse divido entre os dois mundos,‭ ‬agora já não importava mais,‭ ‬seu destino já fora decidido.‭ ‬A cada dia seu espírito partia,‭ ‬afastando-o da única coisa que ainda o prendia naquele local.‭ ‬Não podia deixá-la sozinha,‭ ‬não do jeito que se encontrava,‭ ‬da forma em que vivia.‭ ‬Lembrou-se das inúmeras vezes em que chorou sozinho escondido no quarto.‭ ‬Apertou ainda mais ela contra seu peito.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Sobre livros "Fantásticos"

Tá. Esse blog é meu e posto o que eu quiser... rsrs.
Vai ser mais um desabafo sobre os tais livros considerados "Fantásticos".
Quem foi o responsável por essa caracterização preconceituosa da palavra "fantástico"? 
Ora, quem foi que disse que um livro para ser fantástico precisa falar sobre anjos e demônios,  vampiros, monstros, fadas e bruxas, e por ae vai?
Um livro que fala sobre o cotidiano, sobre a vida comum, sobre pessoas normais também pode ser fantástico, e até mesmo mais fantástico que os livros estigmatizados "fantásticos". Não concorda?
Leia Apátrida de Ana Paula Bergamasso (ler resenha, clicar aqui), ou A Escolha de Cada Um, de Regina Monge (ler resenha, clicar aqui), ou As Confissões de Laura Lucy, de Fernanda Saads (maiores informações, clicar aqui) ou até mesmo o meu próprio livro Cinco Sentidos (maiores informações, clicar aqui). Todos excelentes livros que não retratam a vida de vampiros nem anjos, mas pessoas normais com histórias surpreendentes que poderiam muito bem se enquadrar com a sua. Existe algo mais fantástico que uma história de amor capaz de arrepiar os pêlos da nuca e fazer os corações palpitarem de aflição e emoção? Isso sim é fantástico! Pessoas capazes de emocionar através de palavras, envolver o leitor com uma história que pode sim ser real, histórias capazes de confundir o leitor que muitas vezes se pergunta: Isso é real? É verdade?

Fantástico para mim é isso, histórias boas e verdadeiras.
Lógico que não quero nem pretendo menosprezar nem descaracterizar os livros de vampiros, anjos, demônios, bruxas e por aí vai. Eu até gosto muito do gênero. Mas convenhamos, fantásticos mesmo são os romances brasileiros conseguirem espaço entre os leitores, afinal, essas histórias "fantásticas" estão na moda, e ir contra elas que não só é fantástico, como corajoso.

Por Tanner Menezes

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Resenha "O Clube do Filme", David Gilmour

                                                                                                                                                                                                        Sinopse: Eram tempos difíceis para David Gilmour: sem trabalho fixo, com o dinheiro curto e o filho de 15 anos colecionando reprovações em todas as matérias do ensino médio. Diante da desorientação e da infelicidade desse filho-problema, o pai faz uma oferta fora dos padrões: o garoto poderia sair da escola - e ficar sem trabalhar e sem pagar aluguel - desde que assistisse semanalmente a três filmes escolhidos pelo pai.


Com essa aposta diferente na recuperação e na formação de um rapaz que está "perdido", formaram o clube do filme. Semana a semana, lado a lado, pai e filho viam e discutiam o melhor (e, ocasionalmente, o pior) do cinema: de A Doce Vida (o clássico de Federico Fellini) a Instinto Selvagem (o thriller sensual estrelado por Sharon Stone); de Os Reis do Iê, Iê, Iê (hit cinematográfico da Beatlemania) a O Iluminado (interpretação primorosa de Jack Nicholson, dirigido por Stanley Kubrick); de O Poderoso Chefão (um dos integrantes das listas de "melhores filmes de todos os tempos") a Amores Expressos (cult romântico e contemporâneo do chinês Wong Kar-Way).Essas sessões os mantinham em constante diálogo - sobre mulheres, música, dor de cotovelo, trabalho, drogas, amor, amizade -, e abriam as portas para o universo interior do adolescente, num momento em que os pais geralmente as encontram fechadas.



Capa: Gostei muito da capa deste livro. As cores, a poltrona, o título em alto-relevo, ou quem sabe a foto do pai e do filho acima da poltrona. Lembro quando estava na livraria (meu passatempo predileto quando não tenho nada a fazer) procurando algum livro para que eu comprasse. Então avistei esse sozinho, jogado na estante de forma irregular, dentro dele, um marcador de página separava provavelmente as páginas lidas das não lidas. Não tive dúvidas, otítulo, a capa e a sinopse me conquistaram. Um pai que educa seu filho através dos filmes? Tudo que eu queria. Comprei.